Quando atribui a este blog o nome de Reflectindo sobre Mocambique, não foi por acaso, mas porque tudo o que é da minha pátria amada e sobre ela, dá a mim um exercício de reflexão. Isso implica para mim questionar, questionar e questionar. Não tenho respostas exactas das minhas perguntas, mas apenas o meu ponto de vista sobre elas. Muitas vezes as respostas vêm dos comentadores e aí agradeço a eles.
Escutei em directo o discurso do meu presidente, o Presidente da República de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, em Matchedje, no local da realização do segundo Congresso da Frelimo, dizendo que democracia e eleições secretas era uma tradição da FRELIMO, pois em Matchedje, em 1968, fez-se o mesmo. O meu Presidente até repetiu e avisou que repetiria esse facto consciente que pelo discurso, o meu presidente havia convencido a muitos mocambicanos sobre a tradicão democrática da Frelimo. Houve aplausos e rigozijei-me, pois acima de tudo senti que muitos moçambicanos, incluindo membros da Frelimo gostam de democracia e voto secreto. Isso nos une.
Porém, sem querer julgá-lo, mas chamá-lo à consciência, o discurso do meu Presidente fez-me não parar na reflexão sobre o meu Moçambique e sobre a prática da democracia.
Ora, no II Congresso, foram democraticamente eleitos Eduardo Chivambo Modlane a presidente e Urias Simango a vice-presidente. O presidente, Eduardo Mondlane, foi morto e o vice-presidente, Urias Simango expulso do partido. Pode o meu presidente explicar bem os factos? Não será que na celebração dos quarenta anos do congresso da vitória fosse altura também da verdade? Fez-se alguma facilidade para um estudo político muito profundo a partir do que se gastou do erário público para a realização deste evento? Houve algumas vozes que embora em discreto falaram de Lázaro Nkavandame e Mateus Guenjere, mas eu gostaria é saber das acusações que pesaram nestes.
O que não me faz gostar do jornalismo moçambicano é o facto de ele não ser investigado e menos ousado. O jornalista moçambicano não procura falar com o PR em questões onde só ele é quem decide. O jornalista mocambicano não procura o presidente do partido para explicar o que lhe cabe. E, assim ninguém perguntou ao presidente sobre a interrupcão da prática de eleicões secretas.
Também sabemos que o Primeiro Congresso da Frelimo, realizado em 1962, foi democrático. Então, pode o meu presidente explicar como foram os congressos seguidos (terceiro, quarto, quinto, sexto...). Uma das perguntas importantes é: onde pararam os democraticamente eleitos no segundo congresso? 0s órgãos eleitos funcionaram ou não? Matchedge será histórico se houver honestidade por parte dos historiadores.
Escutei em directo o discurso do meu presidente, o Presidente da República de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, em Matchedje, no local da realização do segundo Congresso da Frelimo, dizendo que democracia e eleições secretas era uma tradição da FRELIMO, pois em Matchedje, em 1968, fez-se o mesmo. O meu Presidente até repetiu e avisou que repetiria esse facto consciente que pelo discurso, o meu presidente havia convencido a muitos mocambicanos sobre a tradicão democrática da Frelimo. Houve aplausos e rigozijei-me, pois acima de tudo senti que muitos moçambicanos, incluindo membros da Frelimo gostam de democracia e voto secreto. Isso nos une.
Porém, sem querer julgá-lo, mas chamá-lo à consciência, o discurso do meu Presidente fez-me não parar na reflexão sobre o meu Moçambique e sobre a prática da democracia.
Ora, no II Congresso, foram democraticamente eleitos Eduardo Chivambo Modlane a presidente e Urias Simango a vice-presidente. O presidente, Eduardo Mondlane, foi morto e o vice-presidente, Urias Simango expulso do partido. Pode o meu presidente explicar bem os factos? Não será que na celebração dos quarenta anos do congresso da vitória fosse altura também da verdade? Fez-se alguma facilidade para um estudo político muito profundo a partir do que se gastou do erário público para a realização deste evento? Houve algumas vozes que embora em discreto falaram de Lázaro Nkavandame e Mateus Guenjere, mas eu gostaria é saber das acusações que pesaram nestes.
O que não me faz gostar do jornalismo moçambicano é o facto de ele não ser investigado e menos ousado. O jornalista moçambicano não procura falar com o PR em questões onde só ele é quem decide. O jornalista mocambicano não procura o presidente do partido para explicar o que lhe cabe. E, assim ninguém perguntou ao presidente sobre a interrupcão da prática de eleicões secretas.
Também sabemos que o Primeiro Congresso da Frelimo, realizado em 1962, foi democrático. Então, pode o meu presidente explicar como foram os congressos seguidos (terceiro, quarto, quinto, sexto...). Uma das perguntas importantes é: onde pararam os democraticamente eleitos no segundo congresso? 0s órgãos eleitos funcionaram ou não? Matchedge será histórico se houver honestidade por parte dos historiadores.
PERGUNTAR NAO OFENDE! JULGO QUE ENQUANTO TIVERES OS ACTORES DO 2NDO CONGRESSO BEM VIVINHOS DA SILVA E A MANDAREM NESTE PAI'S, NUNCA VAIS TER AS RESPOSTAS DO PORQUE^ TANTA MORTE E PRISAO DOS DIRIGENTES ELEITOS DA FRELIMO E A RAZAO DA INTERRUPCAO DESSA TRADICAO DEMOCRATICA E VOTO SECRETO AI' PROPAPALADO POR GUEBUZA ORA INTERROPIDOS ABRUPTAMENTE A PARTIR DO 3IRO CONGRESSO A ESTA PARTE. BOM ARTIGO.
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ResponderEliminarcaro Reflectindo, parabens por este post.
ResponderEliminarvou comentar dois ou três pontos do teu post. a primeira é a existência ou não da cultura do voto secreto (não democracia) na Frelimo libertadora, o outro é o tratamento dado a Simngo, Gwenjere e companhia.
Eu acho que devemos aplaudir o facto de desde o principio a Frelimo ter adoptado o sistema de voto secreto como método de eleição dos seus dirigentes. Agora, o tratamento que coube a Simango e outros eu o enquadro na lógica (há um comentador da STV que gosta muito disto, esteja atento no domingo as 20:30)de querelas internas no proprio movimento libertador. é verdade que a resolução de conflitos em qualquer organização deve ou devia ser feita mediante o diálogo, contudo, está lógica não me parece aplicavel a guerrilhas, onde todos se dsconfiam. No contexto da guerra, a lógica é de soma Zero (win-lose) e não soma variavel (win-win). Infelismente é assim mesmo, não sei dizer se os sacrificados mereciam ou não, isso não tenho instrumentos para sua análise. mas o sacrificio de uns por outros em ambientes daqueles é inevitavel. se fizessemos um levantamentos dos outros movimentos de guerrilha por mundo fora, encontrariamos os mesmos problemas ou piores.
Caro Dede, eles chamam atenção a quem é atento fazem dormir os cegos. Estou me questionando profundamente sobre o verdadeiro objectivo de tantas celebrações e monumentos desde 2005, por um lado. Por outro, me questiono da falta de coragem que “a linha vencedora” tem em pedir desculpas aos seus vítimas.
ResponderEliminarAmigo Jorge Saite, desculpa-me pela demora. O meu feedback ao teu comentário foi longo demais que prefiro fazê-lo de um post
ResponderEliminarObrigado amigo Jorge Saiete. Não foi ironia quando manifestei o meu regozijo pelos aplausos ao voto secreto. Sabemos que em eleições democráticas, livres e transparentes, o voto secreto é uma necessidade e exigência. Porém, o facto de o PR ter sublinhado isso obrigou-me a reflectir das verdadeiras intenções do discurso e mesmo dos aplausos. Pode ser apenas uma mera propaganda se notarmos que essa tradição não se aprofundou o que era de esperar nos anos e actos subsequentes. Não vou me surpreender se esse discurso for usado em campanhas eleitorais, e, pode vir a ser um bom jogo político, ainda que muitos dos nossos partidos acham que a realização de eleições internas periódicas e democráticas é um favor e não uma exigência
ResponderEliminarEm Moçambique independente e antes do multipartidarismo já houve casos experimentais (isolados) de voto secreto. Por experiência própria, por exemplo, sei nas eleições das assembleias distritais, em 1987, houve voto secreto. Delas aprendi de quão o voto secreto é mesmo imperativo em eleições que se pretendam livres. Em Nacala-Porto, o Presidente do Conselho Executivo fora chumbado nas urnas. A brigada provincial forçou uma nova volta no mesmo dia, depois de uma reunião sobre a crise abalada, mas ele voltou a ser chumbado.
Porém, há algumas observações importantes sobre o voto secreto: se as pessoas a se elegerem são impostas ou não; se há mais concorrentes; se o voto secreto é incondicional ou não; se há ou não vontade dos principais actores; se os actores respeitam o seu resultado, etc.
Quanto à postura de eliminação dos elementos da ala oposta a da mais fortes das guerrilhas, tens toda a razão. Não vejo guerrilha alguma com mãos sem sangue e no pior de tudo é que esse sangue é entre os guerrilheiros. Entretanto, no caso de Moçambique, será que não precisamos da verdade e reconciliação? É possível acreditar que o ambiente actual onde uns se celebram no dia da sua morte com pompa e circunstância, mas não se diz, pelo menos aos familiares dos outros, o dia em que os seus entes queridos foram eliminados e local onde jazem?
O PR nao esta' em condicoes morais de falar sobre "voto secreto e democracia" na Frelimo!! Se quisesse falar sobre isso, deveria nos dizer o que aconteceu nas eleicoes internas onde ele acabou nomeado secretario-geral do partido! Isso nunca transbordou suficientemente aqui para fora, mas sei de fontes muito proximas dos orgaos de direccao do "partidao" que, atraves do "voto secreto", Helder Muteia foi o escolhido!! Um rebolico criado pelo proprio Guebuza que tinha as suas ambicoes, e apoiado por algumas figuras "carismaticas" como Marcelino dos Santos, considerou nulo o resultado do voto secreto e passou para voto "aberto", em que naturalmente, e por medo, as pessoas acabaram votando no Guebas! Mesmo assim e nao se dando por satisfeito, o homem se pos a perseguir ao "jovenzinho"!!
ResponderEliminarAgora, de que democracia e' que ele esta' a falar???
Caro Jonathan
ResponderEliminarAtrasei de ir à minha caixa para ver esta importante contribuição. Uma contribuição que nos recorda do passado ainda que muito recente é importante. Há ainda muito por investigar sim. A questão Helder Muteia conhecemos. A desistência do Eduardo Mulembwe a candidatura é também algo que invalida o discurso que pretendia convencer-nos de existência de democracia interna. E o pior está o que assistímos para as eleições do presidente e secretário-geral no nono congresso realizado recentemente em Quelimane. Para mim, o segundo-congresso foi realizado e de forma mais democrática porque a Presidência da Frelimo era constituida por democratas, portanto, foi graças a Eduardo Chivambo Mondlane e Urias Simango.
Os acontecimentos depois deste congresso, as mortes, a constituição de um triunvirato em detrimento aos estatutos da Frente de Libertação de Moçambique e as expulsões, são de extrema importância na análise do discurso dos dirigentes actuais da Frelimo; a passagem de mais que 10 anos para a realização do terço-congressso.
Caro Reflectindo,
ResponderEliminarPenso que a falta dessa cultura democratica se reflecte no actual ambiente politico do pais! Dentro da propria Frelimo actual, quem tem a coragem de "falar a sua mente"?
Os que tentam resgatar os principios morais e a actividade orientada para o povo, pura e simplesmente desaparecem (Mabote; Maguni;etc), perpertuando assim, os verdadeiros usos e costumes do partido, como uma vez referiu o homem do "voo rasante"!
Caro Jonathan
ResponderEliminarAí estás a tocar um ponto que já iniciei escrever: falta de cultura democrática no país. Na verdade, os críticos em Mocambique não são bem vistos em lado nenhum. Os que sugerem mais abertura são considerados os mais perigosos e são alvo a abater.
Filtrar as opinioes é democracia? Na Renamo é assim!
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