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quarta-feira, junho 18, 2008

Edson Macuácua e a tolerância política (2)

“Não perseguições políticas”

Há muita inconsistência nesta tentativa de resposta. A dado passo Edson Macuácua fala da não existência de presos políticos em Moçambique como se fossemos perguntar a Zanu-PF se há presos políticos no Zimbabwe. E Zanu-PF diria que sim? E se voltarmos para o período pós-independência, haverá alguém do partidão a afirmar que alguma vez houve preso político em Moçambique?

O discurso que Edson Macuácua fez, a 2 de Novembro de 2006, numa sessão da Assembleia da República, é a prova de recusa de alguma vez terem existido presos políticos no Mocambique pós-independente. E ao afirmar que "Disse que nunca houve perseguições políticas e que a oposição desenvolve a actividade política livremente", sem alguma tentativa de limitacão de tempo, é sinal de recusa de Edson Macuácua de que há compatriotas que sofrem por não serem portadores do cartão do partidão.

Contudo, se não há presos políticos, quem são (foram) aqueles cidadãos que foram massacrados por asfixia em Montepuez? Quem são ou foram aqueles cidadãos encarcerados em Mocímboa da Praia após tumultos provocados por homens da Frelimo que os tinham emboscado com machados e catanas? Se não há presos políticos nem perseguições, quem são aqueles cidadãos que são aprisionados em Chemba, na província de Sofala, por pura e simplesmente porem camisolas com símbolos de outros partidos que não sejam do partidão? Se não há presos políticos, porquê todo o suspeito de praticar irregularidade eleitoral, sendo de um partido diferente do Edson Macuácua, é preso e julgado, mesmo tendo sido provado, como é o caso do Albuquerque na Beira, desde que seja do batuque e maçaroca ninguém o toca?

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