Páginas

terça-feira, abril 10, 2007

Moçambique vive uma paz fictícia

- considera Dom Francisco Silota, Bispo da Igreja Católica em Chimoio
(Chimoio) O Bispo da Igreja Católica em Chimoio, Dom Francisco Silota considerou, no último Domingo que a discriminação entre os partidos políticos, sobretudo, para com a oposição, está a constituir-se num verdadeiro embaraço para a construção de uma verdadeira Unidade Nacional; isto desde que foi possível alcançar a Independência Nacional em 1975 e a paz por via da assinatura dos Acordos Gerais de Paz(AGP)
em 1992, em Roma, capital Italiana.
De acordo com o Dom Francisco Sitola, “a discriminação contra os partidos políticos, particularmente, contra a oposição, têm vindo a quebrar os laços de amizade na sociedade moçambicana, dificultando assim, a constituição da Unidade Nacional”.
O prelado que falava nas celebrações do Domingo de Ramos, acto que teve lugar na Escola Secundária Samora Moisês Machel, na cidade de Chimoio, província de Manica, zona centro do país, acrescentou que enquanto persistir a discriminação partidária, “a Unidade Nacional de que tanto se fala no país poderá traduzir-se numa autêntica utopia”.
Dom Francisco Silota descreveu que para a materialização da propalada Unidade Nacional que pretende, “os partidos políticos, sobretudo, os da oposição, não devem ser assumidos como inimigos por parte dos governantes”, ou seja, “do partido no poder”, mas sim, “como um simples desafio”.
Na opinião do Bispo Silota, “a Unidade Nacional só poderá ser possível caso haja uma convivência harmoniosa entre os partidos políticos e, acima de tudo, a igualidade de direitos entre os homens na criação de oportunidades e do bem-estar para todos sem qualquer distição de raça, congregação religiosa e muito menos política”.
Conforme o prelado, “não se pode formar a Unidade Nacional na base da discriminção pois, a igualidade de direitos constitui, neste contexto, um elemento fundamental. As oportunidades devem ser proporcionadas a todos os cidadãos sem qualquer distinção; sobretudo, da raça, congregação religiosa e muito menos a filiação partidária”, ou melhor, “ tudo do melhor para todos e todos para tudo também do melhor”.
Por outro lado, o Dom Francisco Sitola apelou aos jovens na qualidade de futuros dirigentes da Nação moçambicana, a distanciarem-se de factores considerados nocivos ao desenvolvimento económico e social
do país, sublinhando que alguns partidos políticos da oposição por nós contactados, apontaram a falta de uma política de inclusão por parte da Frelimo no seu programa de governação, apesar do multipartidarismo
criado no país”.
Entretanto, ainda de acordo com o prelado, a Frelimo defende-se dizendo que a oposição tem falta de iniciativa e de um programa concreto, consubstanciado em acções conduncentes ao desenvolvimento e o bem-estar da sociedade moçambicana.
(Luís Fernandes) - VERTICAL - 04.04.2007

Sem comentários:

Enviar um comentário