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quinta-feira, dezembro 14, 2006

Democracia nunca foi sinónimo de confusão - segundo primeira dama, Maria da Luz Guebuza

A PRIMEIRA Dama da República, Maria da Luz Guebuza, disse recentemente num comício que orientou na cidade portuária de Nacala, província de Nampula, que a democracia não é sinónimo de confusão e perturbação da governação instituída legalmente em Moçambique. Ela reagia, deste modo, a insistentes acusações feitas ao Conselho Municipal daquela urbe, por alegadamente estar a interferir nas acções do Governo distrital.

Para a esposa do Presidente da República, Armando Guebuza, a atitude da edilidade que é presidida pela Renamo - União Eleitoral, poderá significar um revés a todos os esforços de desenvolvimento em curso naquela região do país.

Maria da Luz Guebuza, disse que as autoridades municipais devem deixar o Governo distrital implementar o seu plano de combate a pobreza e de desenvolvimento, instando também a aqueles dirigentes no sentido de não confundirem a população a coberto de interesses políticos inconfessáveis. "Isso é mau se é que pretendem que o município não fique para trás em termos de desenvolvimento social e económico".

"Não é tarefa do Governo indicar régulos. O Executivo só legitima ou reconhece estas autoridades gentílicas depois destas terem sido eleitas pelas comunidades. Mas aqui em Nacala-Porto parece que há líderes que foram designados e legitimados pelo município. O que é isso? Nós queremos dizer aqui que no país temos um único Governo, que é o Governo da Frelimo", disse, insurgindo-se contra a desordem reinante naquela autarquia.

Aquela personalidade foi mais longe ainda acrescentando que o que está a acontecer neste momento naquela cidade portuária da província de Nampula é uma ilegalidade que não se pode admitir se é que a agenda do município é, de facto, o desenvolvimento.

"Vocês sabem que eles (Renamo) dizem que são os pais da democracia, mas criar confusão, confundir a população e perturbar a governação de um distrito como Nacala- Porto, não é democracia, não podemos ser intimados ou impedidos de desenvolvermos as nossas actividades ", frisou.

FALTA ÁGUA

Durante o comício, os citadinos apresentaram várias questões que afligem os residentes de Nacala- Porto, entre as quais se destacam a problemática da escassez de água, bem como a falta de apoio a pessoas infectadas pelo vírus do HIV/SIDA. Nacala é uma das regiões com elevados índices da doença por se localizar no Corredor de Desenvolvimento de Nacala.

Com relação a escassez de água, Maria da Luz Guebuza, prometeu discutir o assunto com o Governo provincial e distrital por forma a se apurar as causas que estão por detrás da falta de conclusão da construção de dois pequenos sistemas de abastecimento do precioso líquido naquela cidade, os quais deveriam ter sido concluídos segundo havia sido projectado.

Relativamente ao apoio às pessoas que padecem da pandemia do HIV/SIDA, a esposa do chefe do Estado informou que o Governo tem vindo a fazer grandes esforços na área de prevenção e combate esta doença. A propósito, assegurou que o assunto mereceria uma análise urgente e aprofundada junto das instituições que lidam com a área, tendo como objectivo garantir mais apoio aos infectados e afectados.

Porém, apelou aos presentes no sentido de assumirem a gravidade do problema e tomarem todas as medidas preventivas para evitar mais mortes pela pandemia.
Reagindo às acusações feitas no comício, o Presidente do Conselho Municipal de Nacala- Porto, Manuel dos Santos, negou que o seu elenco estivesse a interferir na governação das autoridades distritais.

"Não é verdade o que a primeira dama disse. Não há interferência municipal nas acções do Governo. Por outro lado, é preciso clarificar que todo o território de Nacala-Porto é do município, não existe distrito. Contudo, o Governo tem aqui o seu representante com o qual temos boas relações"

Fonte: Notícias (2006-12-14)

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