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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Chuvas fortes devastam na Beira

Uma pessoa desaparecida, dezenas de casas destruídas, estradas cortadas e árvores tombadas constituem o balanço preliminar das intensas chuvas que caíram nas últimas 48 horas na cidade da Beira, província de Sofala, em resultado de uma corrente fria que afecta a região centro do país.

Dados colhidos junto do Hospital Central local, e no Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) revelam que até ao fim da tarde de ontem não se tinha registado qualquer ocorrência mortal entre as 20 horas de segunda-feira e as 15 horas de ontem, período em que as chuvas caíram com grande intensidade.

O Instituto Nacional de Meteorologia registou, neste período, uma precipitação de 202 milímetros. As chuvas, segundo aquela instituição, mostram tendência de continuar a cair de forma moderada nas próximas horas.

A única pessoa desaparecida, segundo confirmou uma fonte dos Bombeiros Municipais, foi arrastada pela forte corrente das águas na principal vala de drenagem da Beira, localizada no Bairro de Matacuane, ao ser empurrada por um amigo, depois de uma discussão, alegadamente relacionada com dívidas. Até à hora de elaboração deste trabalho, o Corpo de Salvação Pública ainda não havia localizado o corpo, receando-se que ainda se encontre no fundo da água.

Numa ronda efectuada pelo perímetro da cidade e arredores, verificou-se que a situação apresenta-se com gravidade nos bairros da Munhava-Central e Matope, Vaz, Muchatazina, Chota, Massamba, Manga Mascarenhas e Ndunda.

Cidadãos contactados pelo `Notícias´ relatam que a água começou a invadir as casas na madrugada de ontem devido às fortes chuvas, obrigando as vítimas a socorrer-se de mesas e cadeiras para dormir, pois, em alguns bairros a água chegou a atingir mais de metro e meio de altura.

João Alface, morador do bairro da Massamba, disse, a propósito, que todos os seus haveres ficaram molhados, incluindo comida, uma vez que quando a água invadiu a sua casa, encontrava-se a dormir.

Lúcia Manuel, residente na Munhava-Central, disse que tal como a maioria dos moradores do seu bairro, passou a noite empoleirada na mesa e o resto dos seus familiares em cadeiras e outros objectos que lhes permitissem escapar das águas que inundavam a sua zona residencial.

Praticamente, todas as machambas de arroz existentes nos espaços verdes da capital de Sofala são consideradas perdidas devido à corrente provocada pelas águas das chuvas. Por seu turno, as várias avenidas e rurais da urbe transformaram-se, durante algumas horas, num autêntico mar, o que danificou e imobilizou viaturas, derrubou árvores e outros bens que se encontravam nas estradas.

Para além desta situação, as enxurradas abriram enormes crateras em algumas artérias, tendo, por exemplo, destruído a ponte e algumas residências que se localizam junto do aeroporto local.

Entretanto, o Presidente do Conselho Municipal da Beira, Daviz Simango e sua equipa, que desde a manhã de ontem está a monitorar a situação a nível dos bairros, disse que até ao princípio da noite de ontem a situação estaria controlada, particularmente nos bairros de cimento.

NOTÍCIAS - 13.12.206

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