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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Angoche: Volátil o ambiente político

O ambiente político na autarquia de Angoche, sob à presidência da Renamo precipitou-se esta semana, com uma parte dos membros do partido no poder na vila à exigir demissão do edil da região, Alberto Omar.
O ambiente na vila é tenso, provocado pela nomeação de um novo delegado político, Ayenga Mufrima em substituição de Mário Alfredo.
A medir por esta situação “queremos ver onde é que o Presidente do município vai pedir o voto”, pronunciou-se um apoiante desconetente da Renamo, em declarações ao mediaFAX.
A estratégica autarquia de Angoche, na província nortenha de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, foi tomada pela Renamo, nas primeiras eleições municipais de 2003, naquela região rica em pescado e outros recursos de subsolo.
A situação em Angoche está a tornarse insustentável e a provocar igualmente algumas deserções. “Nós já entregamos os cartões de membros”, disse Egas Ossufo, falando ao mediaFAX.
Informações de Angoche, indicam que o novo delegado político da Renamo teria proferido vivas a Frelimo, desencadeando um mal estar, envolvendo os membros e simpatizantes da Renamo e o próprio Edil, Alberto Omar.
Os simpatizantes da Renamo acham que Mufrima é um pau mandado da Frelimo, o partido que governa o país há cerca de 30 anos . O novo delegado não é de Angoche, mas natural do distrito vizinho de Moma, protestaram.
“Queremos ver onde é que o presidente do município vai pedir voto, caso seja apresentado como candidato nas proximas eleições autarquicas”, repetiram os descontentes da Renamo, que representam os iluminados daquele partido na região.
Contudo, o Edil de Angoche é citado como tendo remetido às instâncias judiciais uma queixa contra o grupo dissidente da Renamo, que supostamente teria assaltado o Vereador muncipal para área de Cultura, munidos com catanas e outros instrumentos cortantes.
O caso foi julgado esta semana, no tribunal distrital de Angoche e os implicados, Ibrahimo Assane e Egas Ossufo condenados a quatro meses de prisão, convertidos em multas no valor 500,00 Meticais de nova família à favor do Vereador, e menos de 3 000,00 Mtn para o pagamento de caução ao Tribunal.
As multas e o valor da caução deverão ser pagos até ao próximo dia 8 de Dezembro e os membros dissidentes da Renamo estão a colectar o respectivo valor.
“Vamos pagar as multas, mas existe guerra no seio da Renamo e nós somos a maioria e a edilidade é a minoria... queremos ver onde é que o presidente vai pedir voto nos próximos pleitos, caso seja o candidato”, repitiram os condenados.
O caso é igualmente do conhecimento da liderança da Renamo.
Confrontado pelo mediaFAX, o responsável pela esfera ideológica da Renamo, Fernando Mazanga, disse não ter informação suficiente tendo prometido abordar o assunto proximamente.
Mazanga admitiu que os membros podem ter tido uma acção incorrecta ao recorrer ao presidente do município para tratar assuntos meramente partidários.
“Vou procurar obter mais subsídios sobre o assunto e, na próxima semana, talvez estarei em condições de dar algum esclarecimento”, prometeu Mazanga.
Benedito Luís - MEDIA FAX - 01.12.2006

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