O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, reconheceu ontem, na cidade da Beira, província de Sofala, que o partido que dirige tem a plena consciencia de que poderia fazer mais do que tem feito actualmente enquanto alternativa de governação no país, acrescentando que, os objectivos pelos quais teria desencadeado a guerra estão ainda longe de ser alcançados.
Falando na abertura da VIII sessão ordinária do Conselho Nacional a decorrer naquela região central do país, disse que no seguimento da sua agenda partidária, a "perdiz" tem vindo a participar nos pleitos eleitorais realizados no país, muito embora o seu papel de oposição reclame maior protagonismo.
Explicou que a prioridade da sua organizacao é a cada vez maior dignificacao do cidadao moambicano, de modo a que os intelectuais e os funcionários públicos possam exprimir a sua opinião sem o receio de serem despromovidos. "Convidamos a todos os moçambicanos a participarem nesta longa caminhada rumo à liberdade, pois a Renamo libertou o Homem mas falta ainda o seu maior envolvimento na construção de uma sociedade democrática e desenvolvida onde todas as camadas sociais possam contribuir e participar activamente na construção do Estado moçambicano", destacou.
Chamou atenção dos seus correligionários de modo a saberem ouvir e assuimir a crítica dos eleitores e parceiros da cooperacao internacional, de modo a reforçar as dinámicas dos órgãos do partido "que devem ser responsabilizados pelo incumprimento das metas".
"Temos a consciência e a convicção de que as criticas que nos são dirigidas devem merecer de todos nós uma reflexão profunda, porque elas não visam destruir o partido, pelo contrário, têm o mérido de nos alertar para melhorarmos a nossa actuacao" reconheceu.
Indicou igualmente que a escassez de recursos não pode ser a razão da falta de empenhamento político. "Nao podemos querer ser os donos da verdade absoluta. Devemos saber cultivar a auto-crítica".
O encontro que vai indicar a data e local da realização do V Congresso do partido, surge numa altura em que o líder da "perdiz" Afonso Dhlakama, veio a público reconhecer a falta de protagonismo do seu partido no cenário político nacional, uma ideia comungada por diversos sectores de opinião nacionais e externos.
De algum tempo a esta parte tem se registado um abandono maciço de membros daquela formação política, grande parte dos quais se filiam à Frelimo. "Estamos a medir o andamento da democracia no país. As criticas sao boas. Vamos fazer uma reflexão sobre como podermos no futuro actuar para mudar de face, para que a população volte a acreditar em nós, pois somos, até aquí, a única alternativa em Moçambique", disse, numa entrevista a jornalistas. Deu a conhecer que os membros daquele órgão vão debater ainda aspectos ligados aos preparatativos para as eleições provinciais do próximo ano de 2007, autárquicas de 2008, bem como as gerais do ano seguinte.
"Vamo-nos pronunciar sobre a situação política nacional, a revisão do pacote eleitoral, e desenhar estratégias de modo a que o país não retorne ao monopartidarismo".
Notícias (2006-09-21)
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