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quarta-feira, setembro 13, 2006

Dhlakama exige frente-a-frente com Guebuza

"o país anda mal. O país anda muito mal.... eu exijo um frente- a- frente com o meu irmão Guebuza para, de forma conjunta e construtiva, discutir e trazer soluções para problemas" do país, Afonso Dhlakama ao mediaFAX
Maputo - O líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama exigiu um debate televisivo com o Presidente, Armando Guebuza, para abordar os múltiplos dossiers políticos, incluindo a velha questão dos homens armados da Renamo.
É a segunda vez que Dhlakama lança este repto, para uma conferência com o Presidente Guebuza, para discutir os assuntos candentes do país e usando a via da imprensa.
"Precisamos desse debate porque o povo, nalgumas vezes, pensa que nós não estamos preocupados e não estámos a perceber o que está a acontecer. Temos que mostrar a nossa preocupação e o nosso conhecimento profundo da vida deste país", disse Dhlakama, numa entrevista ao mediaFAX.
A deterioração da situação de segurança pública ( baleamento de agentes da polícia) e as ameaças veladas de retorno à guerra, adensaram nos últimos tempos, o ambiente político em Moçambique.
"O país anda muito mal... eu exijo um frente -a - frente com o meu irmão Guebuza para, de forma conjunta e construtiva, discutir e trazer soluções para esses problemas", referiu Dhlakama, num gesto interpretado como de "marketing" político para consumo interno e externo.
No ano passado, Dhlakama estendeu igualmente a mão ao Presidente Guebuza, para abordar o difícil dossier da chacina, decorrente das manifestações violentas de Mocímboa da Praia , norte de Moçambique, envolvendo apoiantes da Renamo e da Frelimo e a polícia. A manifestação fez pelo menos 12 mortos civis e cerca de 30 detidos, quase na totalidade militantes e simpatizantes da Renamo. Uma parte dos detidos foi libertada, mas outra permanece encarcerada e com prazos de detenção preventiva ultrapassados.
O pedido de Dhlakama destinava-se igualmente a abordar o sempre presente dossier de homens armados da Renamo. Em quase dois de poder do Presidente Guebuza, as duas figuras políticas parecem ainda desencontradas.
Questionado pelo mediaFAX, se em alguma circunstância teria convidado o Presidente Guebuza para o debate televisivo de forma formal, Dhlakama respondeu negativamente.
"Não, não posso mentir. Mas, agora que estou a fazer isso através da imprensa, se ele tiver coragem vai responder positivamente, caso contrário não vai responder", disse Dhlakama que reaparece de novo na cena política, depois de um longo período de silêncio.
Mas, o senhor está totalmente disponível? "Estou tão disponível como sempre estive. Quero sentar e debater de forma frontal e construtiva os problemas desse país, na qualidade de líder da oposição moçambicana", acrescentou Dhlakama que no fim-de-semana exigiu que o Presidente Guebuza demitisse o actual ministro do Interior, José Pacheco, na sequência das declarações proferidas, em relação a morte de dois polícias alegadamente abatidos pelos seus colegas.
Pacheco havia afirmado que os polícias abatidos estavam infiltrados na corporação o que levou a uma reacção endiabrada da opinião pública e familiares das vítimas. Dhlakama descreveu na altura Pacheco, de mentiroso por aquelas declarações. "Precisamos desse debate porque o povo, nalgumas vezes, pensa que nós não estamos preocupados" com os problemas.... que "vão ganhando corpo perante a incapacidade demonstrada pelo governo de Guebuza", apelou o líder da Renamo.
(Fernando Mbanze/redacção) -MEDIAFAX - 12.09.2006

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