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quinta-feira, agosto 24, 2006

Papel dos governos africanos no combate à pobreza

SR. DIRECTOR! Com o devido respeito peço a V. Excia que mande inserir esta missiva na página reservada aos leitores assíduos deste matutino. "Kanimambo". Hoje, em pleno gozo das nossas faculdades mentais, acreditar plenamente que a mentalidade dos regimes governamentais filiados na União Africana e SADC estão visivelmente mais para as passarelas que para os interesses do desenvolvimento da região, dos africanos, assim como do próprio desenvolvimento do cidadão africano. É pura verdade.

Hoje, nenhum governo anda tão preocupado com a pobreza dos africanos, razão pela qual ninguém está tão preocupado em acabar com a corrupção, a má gestão de fundos e o abuso de poder perpetrado pelos governantes.

Hoje, a fome grassa o cidadão africano por culpa dos próprios regimes que dia e noite continuam a desviar os valores monetários doados pelos países integrantes do G8, Clube de Paris, Fundo Monetário Internacional e do Banco Africano de Desenvolvimento.

Não criam condições para que suas populações tenham Educação, Saúde, emprego e habitação porque sabem que a qualquer altura terão os filhos, amantes, esposas, amigos e esposos a viajarem para o Continente Europeu com casa, carro, copos e clubes nocturnos pagos com o dinheiro do erário público. É pago graças à contribuição dos desgraçados que continuam a sobreviver em bloco no limiar da pobreza.

É vergonhoso o desvio que os nossos políticos vêm efectuando ao longo das suas maratonas políticas. Fintam as massas, abraçam as balalaicas revolucionadas dos doadores, inventam gráficos para impressionar os velhos abastados com a crise no Continente Africano e tudo em nome dos pobres africanos que dia e noite vão rebolando de fome e sede, acompanhadas por inúmeras doenças, tais como: a malária, e o HIV/SIDA.

Hoje a pobreza continua sendo uma das causas para o estado em que o Continente Africano se encontra. E, como membro integrante deste belo continente, devo-vos fazer acreditar que estamos num barco no alto mar em plena tempestade e sem direcção nem capitão à bordo. Estamos confinados à nossa própria condição: eternamente pobres até à morte!

Bono Mandlate

Fonte: Notícias (2006-08-24)

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