Africanos optam pela democracia
NOVE em cada dez africanos rejeitam «firmemente» a autocracia e todas as outras formas de regimes não-democráticos, e são «intolerantes à liderança perpétua». Ou seja, recusam ter um Presidente «para toda a vida», revela o «Afrobarómetro», o primeiro estudo comparativo de opinião pública realizado em 18 países de África.
Organizado pelo Instituto para a Democracria da África do Sul (Idasa), o Centro para o Desenvolvimento Democrático (CDD-Gana) e a Universidade de Michigan (MSU), em conjunto com os parceiros sociais de cada país, o «Afrobarómetro» inquiriu pessoalmente, durante sete anos, entre 1999 e 2006, um total de 56 mil «cidadãos comuns». O desemprego surge como o problema mais preocupante e a pobreza é colocada como uma questão mais urgente do que a educação, a par dos cuidados de saúde.
Segundo os resultados da pesquisa, a maioria da população «prefere a democracia a qualquer regime autoritário». De facto, 75% definiram a democracria como símbolo de «liberdades cívicas», seguindo-se as expressões «eleições e voto» e «paz e unidade»; 81% defenderam que «devemos escolher os nossos líderes através de eleições livres, justas e periódicas».
Na Zâmbia, no Malawi e na Nigéria, antes e durante as tentativas para alterar as constituições nacionais e prorrogar os mandatos presidenciais, a taxa de rejeição da autocracia foi de mais de 90%. A Namíbia, ao contrário, registou o nível mais baixo de rejeição nas três fases da pesquisa (1999, 2002 e 2005).
Maria Luiza Rolim
Fonte: Expresso África (27 Maio 2006)
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