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quinta-feira, maio 25, 2006

Frelimo denuncia perseguições no município da Beira

AS bancadas da Frelimo e da Renamo, na Assembleia Municipal da Beira, em Sofala, continuam a denunciar graves desinteligências com acusações de parte a parte a marcarem o desempenho daquele órgão. Na passada terça-feira, o grupo do partido no poder, o minoritário, denunciou no decurso da XII sessão ordinária daquele órgão legislativo autárquico, perseguições aos seus membros, alegadamente perpretadas pela direcção daquele município.

Todavia, o presidente do município da capital de Sofala, Deviz Simango, já veio a público desmentir tais acusações, tendo, inclusive, afirmado que quem manda naquele espaço territorial é a Renamo e que não deve haver dúvidas a esse respeito.

Durante a plenária, a chefe da bancada da Frelimo, Cremilda Sabino, chegou a afirmar que o CMB está hoje transformado "num quartel", onde todos os trabalhadores antigos que se sabem não pertencerem a "perdiz", estarão a trabalhar sob forte controlo dos funcionários recentemente admitidos e que se pensa sejam membros do maior partido da oposição nacional. Como que a provar as suas alegações, Cremilda Sabino apontou alegadas transferências arbitrárias e sistemáticas que continuam a recair sobre os funcionários membros da sua formação política. "Desta vez, foram vítimas os senhores Lacerda e Augusto, apenas por alegada desconfiança, sem prova formada, de terem sido eles a fornecerem os dados sobre as falcatruas praticadas por Deviz Simango e seu elenco e denunciadas pela bancada da Frelimo na última sessão".

Denunciou, igualmente, que o presidente daquela autarquia teria mandado despejar da casa pertencente ao município, uma funcionária que responde pelo nome de Marta Violeta, apenas por ser membro do partido no poder.

Cremilda Sabino foi mais longe nas suas denúncias, ao informar perante a Assembleia Municipal, que ainda persistem admissões arbitrárias no CMB, para além de ter exibido cheques provando pagamentos de bolsas de estudo a funcionários sem direito para beneficiarem de tal facilidade. "Nós, Frelimo, não somos contra a formação dos quadros. Somos, sim, contra a violação dos princípios", reiterou, indicando que a maioria dos beneficiários das bolsas de estudo não tem qualquer vínculo com o Aparelho do Estado.

SIMANGO DESMENTE

Respondendo às questões colocadas pela bancada minoritária, antes da ordem do dia, o presidente do Concelho Municipal da Beira, Deviz Simango, disse ser característica da Frelimo procurar manchar o trabalho que a sua direcção está a realizar naquela cidade. Negou que haja perseguição aos membros do partido no poder, afirmando que "quem manda no município da Beira é a Renamo e não deve haver dúvidas sobre isso".

Sobre os cheques apresentados e que denunciam a oferta de bolsas a funcionários sem direito, o edil da capital provincial de Sofala, não entrou em muitos detalhes, limitando-se a dizer que "está tudo claro que o município vai continuar a custear os estudos dos bolseiros. Estamos a pagar aos funcionários deste município, incluindo à senhora Marta Violeta que dizem estar a ser perseguida pela direcção do município".

Jornal Notícias - 2006-05-25

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