A BANCADA da Frelimo (oposição) na Assembleia Municipal da Beira, província de Sofala, abandonou quinta-feira, a sessão daquele órgão em repúdio àquilo que chamou de arrogância do presidente daquele órgão, Borges Gada Cassicussa, que lhe retirou o direito à palavra. Cremilda Sabido, respectiva chefe daquele grupo minoritário, disse que a atitude dela e dos seus pares, deveu-se também à alegada arrogância de Cassicussa.
"Ele retirou-nos o direito à palavra. Vimos que não havia ambiente porque a sessão foi marcada pela arrogância do presidente", lamentou. Tudo começou com o ponto referente aos serviços autónomos de saneamento, que o Executivo de Daviz Simango solicitara que fosse autorizada a sua criação pela AMB.
A bancada da Frelimo defendeu, quarta-feira, que a autonomização daqueles serviços devia passar por um estudo de viabilidade. Na quinta-feira, segundo contou Cremilda Sabino, sem que houvesse qualquer consideração aos pontos considerados pela "minoria" como sendo de lei e fundamentais para a criação de um serviço de género, o presidente da Assembleia Municipal e com o aval da bancada da Renamo-União Eleitoral, decidiu deliberar pela criação daqueles serviços.
"O nosso direito à palavra foi retirado precisamente quando tentávamos dar o nosso ponto de vista sobre a legalidade do acto", explicou Cremilda Sabino, chefe da bancada do partido no poder naquele órgão local. Para a interlocutora, não basta apenas falar da autonomização de um projecto sem que haja uma apresentação do mesmo sob ponto de vista técnico-financeiro e outros pontos.
"A Frelimo não está contra a autonomização destes serviços, mas está a exigir que se observem os procedimentos legais", aclarou, tendo ainda dito que a sua bancada vai explicar publicamente todos os contornos sobre este assunto.
Entretanto, João Cazonda, chefe da bancada da Renamo-União Eleitoral, disse que a Frelimo ao abandonar a sessão "demonstrou que ainda não está acostumada a ficar na oposição. O presidente não cortou a palavra à Frelimo. É que, segundo o regimento, não se admite qualquer debate após a leitura de uma deliberação. A Frelimo queria a todo o custo debater uma coisa já decidida". A XII sessão da Assembleia Municipal da Beira, aprovou o relatório de Daviz Simango, o presidente do Concelho Municipal, tendo chumbado a proposta da Companhia Pipieline Moçambique/Zimbabwe (CPMZ), que pretendia que fosse aprovada a alteração do sentido de circulação numa das vias próximas dos seus escritórios. Neste ponto, tanto a RUE quanto a Frelimo, defenderam que tal proposta não iria beneficiar ao cidadão.
Retirado do: http://www.jornalnoticias.co.mz/pt/contentx/3074
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