A bancada da FRELIMO, em maioria na Assembleia da República de Moçambique, chumbou hoje a proposta de alteração da bandeira e do emblema nacionais, permanecendo em vigor os actuais símbolos do Estado moçambicano.
A proposta de alteração da bandeira e emblema teve a oposição de 156 votos da FRELIMO, no poder, e 79 votos favoráveis da RENAMO-União Eleitoral, na oposição.
Defendendo a posição do partido no poder, o deputado Edson Macuácuá disse não existirem "razões sociais, históricas e políticas que justifiquem a mudança dos actuais símbolos nacionais".
"A bancada da FRELIMO votou a favor da soberania do povo e da história do país", disse Macuácuá, acusando a RENAMO de ter perdido "uma oportunidade de se reconciliar com o país".
Por seu turno, a RENAMO-União Eleitoral, através do deputado José Manteigas, defendeu que "Moçambique continua sem bandeira e emblema nacionais, pois os actuais são da FRELIMO".
"Esta bandeira não é do país, não é nacional, pois os milhões de moçambicanos não são todos da FRELIMO", vincou Manteigas, argumentando que "quem está interessado na mudança da bandeira é o país e o povo".
Os símbolos do Estado moçambicano, por cuja manutenção o parlamento votou hoje, são os que a FRELIMO adoptou logo após a proclamação da independência do país, em 1975, numa altura em que estava banida a existência de outros partidos políticos.
Nesses símbolos pontificam insígnias do marxismo- leninismo, que a FRELIMO havia abraçado como doutrina do Estado, antes da abertura multipartidária, em 1990.
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