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domingo, janeiro 27, 2019

Jornalista Amade Abubacar denuncia tortura à comissão dos direitos humanos da OAM

O jornalista Amade Abubacar foi torturado por militares no quartel de Mueda. A denúncia foi feita pela própria vítima,  à comissão dos direitos humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique, que visitou a vítima na penitenciária de Mieze, onde  aguarda pelo julgamento.
“Na conversa que tivemos na cadeia, Amade Abubacar contou que recebeu 6 chambocadas de alguns militares quando esteve no quartel de Mueda, mas disse que não foi durante o interrogatório” revelou Ricardo Moresse, Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Para além de torturas físicas, de acordo com a fonte, o jornalista voltou a sofrer na cadeia de Macomia, onde supostamente passou situações de fome.
Amade Abubacar contou ainda que na cadeia não se alimentava devidamente, e até no dia do primeiro interrogatório oficial, o Procurador de Macomia, teve de encomendar comida para o jornalista ter forças de responder as perguntas que o juiz de instrução havia preparado, acrescentou Ricardo Moresse.
Outra situação detectada pela comissão, tem haver com a detenção ilegal do jornalista, que continua detido sem um mandato.
“O mais estranho ainda, é o facto de ter sido detido pela polícia e posteriormente entregue ao militares”, disse a fonte.
Entretanto, face às denúncias  de torturas físicas e psicológicas, e as ilegalidades cometidas pelos órgãos de justiça  contra o jornalista, a ordem dos advogados de Moçambique apela a imparcialidade caso.
“Sentimos que há uma influência política no caso de Amade Abubacar, por isso, apelamos ao Ministério Público e todos órgãos da justiça a imparcialidade, de modo a evitar a violação dos direitos humanos”, concluiu.
Amade Abubacar foi detido no distrito de Macomia, no dia 5 de Janeiro e depois de ter estado num quartel militar durante cerca de 10 dias, a sua detenção foi formalizada e de seguida, o jornalista foi transferido a Mieze, maior penitenciária da província de Cabo Delgado, onde deverá permanecer até a data do julgamento.

Fonte: O País – 27.01.2019

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