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segunda-feira, dezembro 07, 2020

Visão de Samora Machel sobre a Polícia (Repeticão)

O polícia deve ser um elemento político, altamente educado e cortês. Sabem o que é cortesia? (Não!) Vou dar um exemplo: um polícia não pode dar um pontapé a ninguém! (RISOS E APLAUSOS). O polícia que dá um pontapé a um cidadão, e particularmente a uma senhora ou a um jovem, não tem ética, não tem brio profissional, não respeita a farda que enverga, não dignifica o seu boné que tem o emblema da República Popular de Moçambique. (APLAUSOS MUITO PROLONGADOS). Esse polícia não sabe o que representa a farda que enverga.

Um polícia espancar as pessoas é o cúmulo da vergonha! (APLAUSOS). Este elemento não serve para a estrutura do Estado. Ele, embora fardado, não representa o nosso poder popular.

A Polícia no nosso País chama-se Polícia Popular de Moçambique. É popular porque não é uma elite, vem de vocês, do povo.

O nosso polícia não tem privilégios. O seu privilégio é servir bem a República Popular de Moçambique, é zelar pela aplicação da Constituição, é fazer respeitar as leis, educar os cidadãos.

Para o nosso polícia, o estudo, a educação, a aprendizagem, devem ser permanentes. Ele deve aprender constantemente a evolução da ciência da Polícia, de todo o Mundo. O polícia deve preocupar-se em conhecer as leis para as fazer respeitar, conhecer a Constituição para a saber defender. Ele deve respeitar o sofrimento dos outros. Deve saber representar a autoridade, representar o vosso poder, o poder popular, este poder do nosso povo do Rovuma ao Maputo, que muito lutou para o conquistar.

Mas, o que assistimos hoje é o contrário do que acabei de dizer. Em todas as nossas cidades, a Polícia comporta-se pior que a Polícia colonial! (RISOS E APLAUSOS MUITO PROLONGADOS).

A Polícia, no mundo, é assim: não vive confortavelmente, renuncia ao conforto. O polícia não deve ter uma cama com um colchão fofo. Todos eles dormem numa tarimba, mesmo o Comandante. O Comandante-Geral da Polícia, em toda a parte do Mundo, dorme na tarimba para ter sempre a coluna vertebral bem esticada! (RISOS E APLAUSOS PROLONGADOS). É que o colchão de luxo dobra a coluna, e então, o polícia dobra a farda, dobra o poder também! Se o polícia anda com as costas curvadas, que polícia é este? Que imagem nos transmite?

O polícia que anda com as pernas tortas, esse não é polícia. O polícia que mete o dedo no nariz e limpa o dedo na farda, não é polícia! (APLAUSOS PROLONGADOS E RISOS).

O polícia anda sempre com a coluna vertebral bem esticada, com um passo bem cadenciado! Esse, sim, é um polícia!

Estes são problemas nossos. Por que é que temos polícias assim? Porque não seleccionamos, porque produzimos polícias em série, como se estivéssemos na época dos fenícios! (RISOS E APLAUSOS PROLONGADOS).

Os elementos que vão para a Polícia devem ser bem seleccionados, devem revelar boas qualidades, devem ser inteligentes e bem constituídos fisicamente. Devem ter, pelo menos, 1,75 metro de altura, para representarem com evidência a autoridade. Imaginem: se o polícia tem só 1 metro e meio, como vai pedir a documentação a um cidadão com 1 metro e oitenta de altura? (RISOS E APLAUSOS)."

 

sexta-feira, dezembro 04, 2020

30 anos de democracia em Mocambique

 A celebração de 30 anos da democracia em Moçambique tem que ser feita por uma reflexão profunda por cada moçambicano que se reconheça cidadão.

Os debates deviam se fazer não apenas nas televisões, mas também em locais como escolas porque lá estão os jovens e por lá todos os cidadãos passam e moldam a sua consciência de cidadania.

Por outro lado, cada um de nós, devia reflectir pelo que faz em prol da democracia.
Na minha opinião, para tudo não ser vago, o debate devia aprofundar o próprio conceito de DEMOCRACIA, tendo em conta que há os que em comentários privados acham que há multiplas democracias e outros que acham que a nossa é importada. Outros vão ainda mais longe, dizendo que África em geral, e Moçambique em particular, devia "implementar" a sua própria democracia. Contudo, esses nunca nos mostram o modelo dessa DEMOCRACIA AFRICANA ou MOÇAMBICANA.